sexta-feira, 4 de março de 2011

Bordados de Viana do Castelo vão ter selo de garantia

O processo para a certificação dos bordados de Viana do Castelo está concluído e devem começar a aparecer nas próximas semanas os primeiros exemplares com o respectivo selo de garantia.
       Segundo Abílio Vilaça, da Associação para o Desenvolvimento Regional do Minho (ADERE-MINHO), entidade a quem foi confiada a certificação, este processo garante ao consumidor que "não leva gato por lebre", ao mesmo tempo que propicia maior rendimento ao artesão, "já que poderá vender o produto mais caro".
    O responsável falava em Viana do Castelo, no decorrer da assinatura do protocolo de colaboração entre a Câmara local e a ADERE-MINHO para a certificação dos bordados daquele concelho.
   Ao abrigo deste protocolo, foi constituída uma comissão de acompanhamento para a certificação do bordado de Viana do Castelo, que integra o Programa para a Promoção das Artes e Micro Empresas Artesanais, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, a Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal, o Conselho Estratégico Nacional para o Artesanato e a Associação Empresarial de Viana do Castelo.
   "A partir de hoje, podemos avançar para as certificações", disse Abílio Vilaça.
    Explicou que os bordados têm de obedecer ao caderno de especificações entretanto elaborado, que define as características do bordado vianense e que lhe conferem uma identidade específica, como cores, linhas, materiais, gramática, ponto e desenhos.
   O artesão interessado em certificar o seu produto submete-o à apreciação da comissão de acompanhamento que se encarregará de examinar se o caderno de especificações foi respeitado.
      Na sessão também marcou presença o secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional, Valter Lemos, que garantiu que dentro de um mês será levado um novo decreto-lei a Conselho de Ministros, que "permitirá alavancar ainda mais" o processo de certificação, alargando-o a novos produtos.
     O processo de certificação do bordado de Viana do Castelo começou em 2005, depois de os responsáveis camarários de então terem constatado que o mercado, tanto nacional e internacional, "está a ser invadido por imitações dos bordados regionais de Viana, produzidas em países orientais, nomeadamente Taiwan, e comercializadas como se fossem as produções originais".
    Já em 2000, o então presidente da Associação Empresarial de Viana do Castelo, Joaquim Ribeiro, alertara que vira no Brasil "bordados" da capital do Alto Minho mas "made in Taiwan".
     "Os orientais conseguem colocar no mercado cópias fiéis desse produto a preços muito mais baixos, fazendo assim concorrência desleal aos artesãos vianenses, numa situação a que urge pôr cobro", alertava, na altura, Joaquim Ribeiro.

In Jornal de Notícias

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